Recenseadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estão com dificuldades para realizar o Censo 2022, na região. Alguns moradores estão se negando a responder as perguntas e outros não são encontrados em suas residências.

O Censo é uma pesquisa realizada a cada dez anos pelo IBGE, e a última foi feita em 2010. O levantamento realiza uma ampla coleta de dados sobre a população brasileira e permite traçar um perfil socioeconômico do país. Por conta da pandemia, os dados atuais estão defasados.

É por meio das respostas dos brasileiros que o governo federal tem dados para desenvolver políticas públicas, com base nas características da população.

A contagem da população também serve para o Tribunal de Contas da União calcular o coeficiente para a distribuição do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Por isso, os prefeitos da Associação dos Municípios da Fronteira Noroeste (Amufron) estão preocupados com eventual queda Na receita dos municípios por conta de uma possível redução no número de habitantes.

Conforme o presidente da associação e prefeito de Horizontina, Jones Cunha (PDT), Três de Maio corre o risco de ser rebaixado no coeficiente populacional, que atualmente é de 23 mil, e perder um valor considerável de recursos, o que vai impactar diretamente nos cofres do município e, por conseguinte, atingir a própria população com eventuais cortes em investimentos e melhorias.

- Os números do IBGE impactam diretamente na vida das nossas comunidades. Não queremos que as pessoas fabriquem números, mas que respondam ao questionário com exatidão. Do contrário, há o risco sentirmos os reflexos negativos já a partir do próximo ano.

A expectativa da Amufron é que a população regional tenha um crescimento de 3% em relação ao último censo.

Além de saber exatamente qual a população dos municípios, o Censo visa obter dados sobre as características dos moradores – idade, sexo, cor ou raça, religião, escolaridade, renda, saneamento básico dos domicílios, entre outras informações.

O IBGE aplica dois tipos de questionário. O básico, com 26 quesitos, leva em torno de cinco minutos para ser respondido. Já o ampliado, com 77 perguntas e respondido por cerca de 11% dos domicílios, dura cerca de 16 minutos.

O morador que desejar pode ser respondido por internet ou telefone. No entanto, ainda assim, é necessário ter contato com o recenseador, porque o profissional gera um ticket digital e telefona para a pessoa.

Caso o recenseador não encontre o morador na primeira visita, ele deixará um bloco de recado ou tentará o contato por telefone. Além disso, o profissional deverá retornar ao domicílio, no mínimo, mais quatro vezes, sendo que uma obrigatoriamente em turno alternativo.

Os recenseadores estão identificados com coletes do IBGE e crachás.