A ovinocultura gaúcha, cujo rebanho já foi de 13 milhões de cabeças e a produção de lã chegou a 30 milhões de quilos, promete renovar seu ciclo de crescimento com a sanção, ocorrida ontem, pelo governador do Rio Grande do Sul, Ranolfo Vieira Júnior, do Projeto de Lei 72/2017. De autoria do deputado Luiz Fernando Mainardi (PT), o PL modifica a Lei N° 11.169, de 1998, que criou o Fundo de Desenvolvimento da Ovinocultura (Fundovinos), acrescentando novas regras para repasse dos recursos.
O fundo é composto por contribuições da indústria da carne e da lã, acumulando por ano cerca de R$ 1,5 milhão. Desde o início do governo Eduardo Leite, foram arrecadados R$ 4,84 milhões, mas apenas R$ 148,8 mil foram investidos. Conforme Mainardi, a partir da modificação, os recursos serão administrados pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR), em convênios com entidades do setor.
"Repassando a administração para quem tem o conhecimento, até 98% do fundo poderá ser aplicado para a causa final, que é o fomento da cadeia da ovinocultura", salientou o governador.
O presidente da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco), Edemundo Gressler, lembrou que o setor esperou cinco anos pela mudança. Gressler destacou que o segmento tem genética e condições de oferecer carne de produção muito rápida, mais que outras proteínas. Hoje o rebanho ovino do Estado gira em torno dos 3 milhões de cabeças.
O secretário da Agricultura, Domingos Velho Lopes, afirmou que a pasta vai se empenhar para fazer com que o Fundovinos seja uma opção de fomento. “Não será uma caderneta de poupança, mas um banco para investimentos”, disse.